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Teorias Clássicas e Neoclássica do Comércio Internacional

1: Introdução

O Comércio Internacional é aquele que envolve operações de compra e venda de bens e/ou serviços entre países, quase sempre por meio de trocas financeiras. É uma realidade hoje e do passado, já que o comércio entre os povos sempre foi uma realidade por maiores que fossem as distâncias. Exemplo disso é o comércio de Marco Polo e a rota da seda.

Existem muitas teorias sobre o Comércio Internacional, entretanto três delas se sobressaem, duas da Escola Clássica e uma da Escola Neoclássica. Antes, porém, devemos diferenciar Comércio Exterior de Comércio Internacional; pois, ainda que pareçam iguais e, na prática, são, conceitualmente há diferença.

É chamado de Comércio Internacional todo comércio praticado pela iniciativa privada, o que inclui pessoas, empresas ou instituições que não sejam governamentais com outros países. Já o Comércio Exterior é todo comércio praticado com outros países a partir do próprio governo, pelo Estado.

2: Teorias Clássicas do Comércio Internacional

2.1: Teoria das Vantagens Absolutas

Proposta pelo economista Adam Smith (Escócia; 1723-1790). Essa teoria diz que um país deve focar na produção de bens cujo valor na produção seja baixo o suficiente para poder competir no comércio internacional.

Quando isso acontece o país será mais eficiente na produção e, por consequência, terá benefícios econômicos. Quanto menor a quantidade de insumos e menor a quantidade de operações e, por consequência, de tempo para produzir determinado produto, maior a vantagem sobre outros produtores. Disso se diz que por ser mais eficiente que os demais tem uma vantagem absoluta.

Em suma, temos que focar naquilo que sejamos os melhores.

2.2: Teoria das Vantagens Comparativas

Proposta pelo economista e político britânci, de ascedência portuguesa, David Ricardo (Reino Unido; 1772-1823). Também é conhecida como Teoria dos Custos Comparados. Ela informa que um país deve focar na produção daquilo que ele é eficiente, mas não necessariamente o mais eficiente.

Desta forma, ainda que o país não tenha vantagem absoluta, mesmo assim encontrará mercado se seu produto apresentar um mínimo de eficiência. A teoria introudziu o conceito de custo de oportunidade.

Custo de oportunidade faz referência o quanto uma escolha nos custa e esse custo não é, necessariamente um valor financeiro. Por exemplo, uma pessoa decide que vai fazer um curso superior. Nisso ela vai ter que abdicar de momentos de lazer e deixar de ter esses momentos é um custo de oportunidade. É de oportunidade porque se refere à oportunidade de cursar uma faculdade e é custo porque terá de abdicar de algumas rotinas.

A teoria diz que o país deve focar naquilo que tenha o menor custo de oportunidade. Ou seja, que as escolhas não altere muito a realidade existente. Isso porque maiores custos de oportunidades implicam em maiores esforços, logo, maiores custos e, ao fim, menor eficiência.

Logo, segundo a teoria de David Ricardo temos que focar naquilo que somos bons, não naquilo em que sejamos melhores.

3: Teoria Neoclássica do Comércio Internacional

Teoria da Proporção dos Fatores

Proposta pelo economista político e historiador em economia Eli Filip Heckscher (Suécia; 1879-1952) e pelo economista Bertil Ohlin (Suécia; 1899-1979). O modelo proposto lhes conferiu o prêmio Nobel de Economia em 1977.

É conhecida como Teoria Heckscher-Ohlin, Teoria da Proporção dos Fatores ou ainda Teoria da Dotação de Fatores. Ela informa que o país deve focar naquilo que ele tem de abundante. A abundância reduz os custos de produção e, por consequência, aumenta sua eficiência, dispontando no comércio internacional.

A vantagem está nos fatores abundantes e a desvantagem nos fatores escassos ou ausentes. Da vantagem resulta a exportação e da desvantagem a importação.

Em suma a teoria informa que um país deve focar naquilo em que ele tenha abundância.

4: Conclusão

As teorias são necessárias para poder compreender a prática. A teoria sai da prática e busca dar bases para poder aperfeiçoá-la. Cada teoria tem seu valor e sua aplicação. Nenhuma delas explica o todo, mas cada uma delas consegue explicar uma parte desse todo.

Em suma, podemos dizer:

  • Teoria das Vantagens Absolutas (Adm Smith): Fazer aquilo em que se é o melhor.
  • Teoria das Vantagens Comparativas (David Ricardo): Fazer aquilo em que se é bom.
  • Teoria da Proporção dos Fatores (Heckscher-Ohlin): Fazer aquilo que tenhamos abundância.