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Ética

Uma mudança na sociedade requer, obrigatoriamente, a revalorização da Ética. Sem Ética é mais que impossível construir uma sociedade justa e equilibrada. É o mesmo que querer erguer uma casa sem um alicerce. É a Ética quem orienta quanto aos princípios a serem seguidos pelo comportamento humano. E é o comportamento humano o que define o perfil de uma sociedade.

De estudo que remonta antigos períodos históricos, a Ética foi debatida por grandes filósofos que sempre viram a necessidade de um comportamento justo e adequado por parte do ser humano.

Deusa Iustitia e Moisés; Justiça e Lei, expressões da Ética
Deusa Iustitia e Moisés: Respectivamente a Justiça e a Lei, expressões da Ética.

CONFÚCIO (China; 551–479 A. C.), foi o ponto de partida para a realização de concursos públicos com o intuito de alcançar cargos dentro do Estado. Destacava em seus discursos (Obra: Analectos) que a ascenção deve se dar unicamente através da meritocracia, em outras palavras, o ascenso profissional deve ser dada àquela pessoa que demonstre caráter e comprometimento ético consigo, com o Estado e com as pessoas e que junto a isso tenha obras de relevância. Além do mais, Confúcio defendia que as regras são iguais para todos e que o bom comportamento e a sinceridade devem moldar o indivíduo, a sociedade e as ações do Estado. Por isso a defesa pela meritocracia e pela sinceridade, esta última dando base ao fato de que as regras devem ser as mesmas para todos.

SÓCRATES (Grécia Clássica; 470-399 A. C.), tem como perspectiva principal que a ética é expressa através do bom caráter e que o homem é naturalmente bom, entretanto, ignorante. Para deixar de ser ignorante o homem deve conhecer a verdade que está não só dentro de si, mas também em seu entorno, na natureza e na convivência com os demais. Para Sócrates a ética é de origem humana e sua expressão só é possível porque:

1 – o ser humano é dotado de razão e

2 – porque o ser humano pode agir com liberdade.

Assim, liberdade, razão e conhecimento (eliminação da ignorância) são a base da ética socrática. Por fim, para Sócrates, o conhecimento elimina a ignorância ao mesmo tempo em que permite a expressão da virtude, algo natural para a ética.

PLATÃO (Grécia Clássica; 428–348 A. C.), faz forte alusão à ética em um formato mais idealista, ao mesmo tempo em que demonstra a necessidade de adquirir conhecimento (Diálogo: O mito da caverna) para que por meio dele todas as coisas tenham suas justas proporções e sejam colocadas no lugar que lhes cabe. A ética, segundo Platão, adquire um valor de elevado padrão moral e por ela o comportamento humano per se resultaria, de forma natural, a uma sociedade justa. Platão considerava justo tudo aquilo que estava em seu devido lugar, enfatizando a necessidade das devidas proporções, alusão ao equilíbrio nas ações dos indivíduos, estendido à pólis, em nosso caso, ao coletivo. Atingido o equilíbrio, conquista-se o bem do indivíduo e da sociedade. Essa era a base da ética platônica, a busca do bem social através do equilíbrio das ações humanas.

ARISTÓTELES (Grécia Clássica; 384–322 A. C.), por sua vez, traz uma versão mais racional da ética, mais factível que a ética platônica para alguns autores que discorrem que a ética platônica se opõem à ideia da ética aristotélica porque uma é idealista e outra racional. Entretanto, essa versão é contestável e muitos autores concordam que na verdade há um complemento entre as ideias. Para Aristóteles o comportamento humano é forjado através da prática. À medida que o ser humano pratica ações justas e em conformidade ao bem, mais justo e bom ele se torna. Assim, a ética é um exercício prático das virtudes. Daí que Aristóteles resume sua ética através da ética das virtudes. Isso porque a prática constante de ações virtuosas é o ponto de partida para forjar um ser humano ético.

Platão e Aristóteles: Idealismo versus Praticismo; a Escola de Atenas de Rafael Sânzio
Platão e Aristóteles: Idealismo versus Praticismo

IMMANUEL KANT (Prússia, atual Rússia; 1724–1804), traz a ética do dever. Para o filósofo alemão o dever de bem agir, quando reconhecido, é capaz de superar o próprio egoísmo, em especial a arrogância e o amor próprio. O dever reconhecido supera qualquer sentimento egoísta. É uma filosofia racional a qual consegue se tornar, no campo das ideias, imbatível pela dialética que possui. Kant consegue conciliar o idealismo e o racionalismo de forma prática. Seu estudo e sua influência foi tal que suas ideias inspiraram o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

GOETHE (Alemanha; 1749-1832), entendia o homem como algo mais do que meramente físico. Via o homem como uma ação física e psicológica. Não à toa desenvolveu a Teoria das Cores e a influência psicológica que elas têm (Obra: Doutrina das Cores). Entende o homem ético como aquele que age de forma digna; quando ele é útil a si e à sociedade, sendo prestativo sempre que necessário e que possui bom caráter e adequado comportamento.

NIETZSCHE (Alemanha; 1844-1900), via que as ações de bem eram libertadoras sendo a liberdade o maior triunfo que se pode obter na vida. É pela vida, considerado por ele um meio menor, entretanto, necessário, onde os eventos acontecem e são por esses eventos que a liberdade se processa em cada ato de bem realizado. É essa a visão de ética para Nietzsche, onde as ações direcionadas ao bem são libertadoras; portanto, são éticas.

MAHATMA GANDHI (Índia; 1869–1948), foi um humanista e pacifista mundialmente conhecido e reconhecido como um grande especialista em ética política. Sua filosofia e ação foram fundamentadas na prática da não-reação, o que ao fim garantiu a independência da Índia frente à Inglaterra. A não-reação era feita, principalmente, a partir da desobediência civil sempre sem o uso da violência. Usava as palavras e a si próprio como exemplo, transformando isso em motivação e em inspiração, assim garantindo as promoções das ações necessárias de cunho social, sempre arraigada na não-reação.

SAMAEL AUN WEOR (Colômbia; 1917-1977; México), suas ideias inspiraram a Vox Hominis. Samael Aun Weor vê a ética como uma expressão natural da própria consciência humana. Essa ideia se aproxima de forma demasiada da filosofia de Immanuel Kant, entretanto, Samael traz além dos estudos éticos, práticas psicológicas que permitem o aprimoramento do comportamento humano, indo ao encontro da ética e dos princípios humanos de maior dignidade. Samael afirma, em suas obras, que a ética é um atributo que todo ser humano leva em si mesmo, e que a prática e o exercício do bom caráter permite a expressão ética. Para reconhecer o bom caráter e identificar as falhas de comportamento, Samael ensina uma série de práticas de cunho psicológico que garantem a autorreflexão, com intuito primário de autodescobrimento e, de cunho secundário, a superação de aspectos degradantes da personalidade e psique humana. Assim, com a constante superação, através do autodescobrimento e autorreflexão, o comportamento humano vai sendo moldado em caráter de alta destreza, expressando aspectos da nobreza humana, por meio de sua consciência, sendo essa na mesma proporção que a ética, já que para Samael, a ética é uma expressão do Ser Consciente.

Qualquer que seja a abordagem filosófica, a ética sempre pondera como princípio fundamental para o bom desenvolvimento humano e o correto aperfeiçoamento de uma sociedade. E todos corroboram com a ideia de que tudo parte do indivíduo e que a sociedade é, de fato, a soma dos indivíduos. São os indivíduos que constroem uma sociedade. Como seja o indivíduo, assim será a sociedade.

Resumo sobre a Ética

CONFÚCIO: A ética é fundamentada em um comportamento correto e na sinceridade

SÓCRATES: Há ética quando há razão para discernir; conhecimento para erradicar a ignorância e liberdade para agir

PLATÃO: A ética é obtida pelo equilíbrio e a justa proporção

ARISTÓTELES: A ética se dá através da prática constante de ações virtuosas

IMMANUEL KANT: A ética é o reconhecimento de agir bem, é um dever que se cumpre naturalmente

GOETHE: A ética existe quando o homem age com dignidade, quando é prestativo e tem bom caráter

NIETZSCHE: A ética é o caminho que leva o ser humano à emancipação, à conquista da liberdade

MAHATMA GANDHI: A ética é uma ação inspiradora em direção ao bem

SAMAEL AUN WEOR: A ética é uma expressão da consciência